terça-feira, 15 de maio de 2012

PLANO DE FUGA!


"Concentração, determinação, força de vontade. É exatamente o que se precisa para tornar concreto e singular um objetivo comum. Agora adicione uma pitada de cansaço, um litro de suor, uma dúzia de amigos e deixe na temperatura ambiente pelo tempo que resistir. O sol, a chuva, o frio, a noite. Nada vai lhe impedir de fazer com que essa receita seja premiada. Só depende de você, da mais pura entrega de corpo e de alma. Sem abusos. Da carência de uma rotina mais saudável, de uma vida perfeitamente imperfeita. De um dia-a-dia tão agitado quanto um isotônico apreciado como prêmio ao final da batalha. Superar um trecho de asfalto nas batidas do coração é como tocar em um pedacinho do céu. A vitória é solitária, mas duradoura. A corrida é contra o tempo, mas a favor de uma vida mais feliz." 

sábado, 16 de julho de 2011

Querer!

   E se de repente você sentisse que tudo está mais feliz, você realmente acreditaria que essa é sua vida? Quero sempre, quero tudo isso, quero demais tudo que todos querem pela metade. Tem vezes que quero só um pouco. Um pouco de compreensão, um pouco de atitudes, um pouco de respeito. Mas a verdade é que não me importo mais com o que realmente se pensa ou se quer para a felicidade. Me importo em viver. E a minha vida sobrevive.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meio Pensamento

Faz algum tempo que não organizo meus pensamentos. De repente um quarto bagunçado, com dezenas de brinquedos jogados pelo chão, com poucos livros, muitos carrinhos pra pisar até chegar na cama e pouca iluminação. E aí eu arrumo só a lâmpada pra enxergar a bagunça. Não que eu não me acostume tão facilmente aos pesadelos e insônias do dia. Às vezes é exatamente minha adaptação que me assusta. Convivo diariamente com milhares de pensamentos. A minha máquina registradora chega a dar erro no caixa quando a noite chega. Queria poder largar do mundo ou de pessoas com a facilidade que alguns egoístas conseguem. Aquela percepção de relaxar e se deixar levar. Não. Não dá. Prefiro ser chato a ser egoísta. Perceber que algo está errado quando talvez nem esteja é o diferencial pra enxergar antecipadamente  que nunca se terá nada completo em mãos. Concreto sim, completo, nunca. Não quero amarrar um tênis sem saber dar o melhor nó. Não entro pra perder. Não jogo na vida pela importância de competir. Não vim pro mundo pra isso. E aprendi que os melhores pensamentos são os que se tem depois da meia noite. Depois de uma cerveja. Depois de um choro. Sozinho. Quando eu ouço que tudo se completa de um jeito a minha vontade é de sair correndo e esperar que o completo corra atrás de mim. Me contentava com a metade, hoje não mais. E tenho pena de quem se satisfaz com a metade. E o meu completo já está guardadinho no fundo do coração, com sete chaves. E são pouquíssimas, ou apenas uma pessoa quem irá reabrir. De resto, deixo minhas desculpas pelo despreparo de minhas palavras, mas é a elas que eu recorro quando minha boca se cala.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sou!

Eu sou modelo antigo,
Reformado, inacabado.
Sou dos que sofrem pela dor,
Que demonstram algum amor
Sou das flores e dos cheiros,
Sou de um passado alheio.

Sou roupa seca no varal,
Amassado no plural,
Agitado pelo tempo,
Numa noite sem vento.

Sou a arte e o artista,
Sou mais que realista
Sou o aplauso, haja vista.

Sou dos que têm vontade,
Dos que têm bondade,
Da amizade e da felicidade.

Sou dos que convidam pro nada,
Sentar na calçada,
Recitar tabuada.

Sou pretérito imperfeito,
Artigo indefinido,
Pronome, proteína,
Poema sem rima.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Manual de Uma Vida Feliz

   Taurino, intenso, politizado, informado. Estressado, insolúvel, remasterizado, pouco amável. Não se trata mais de quem eu sou, e sim de quem eu um dia serei, se é que serei. Eu apenas quero ser. Digo que quero, dizem que quero. Pra falar a verdade nem quero. Queria ser um nada, um faz-de-conta. Combinamos o seguinte: você acha que eu ainda existo, que eu acharei que existo. Não vim pra ser cômico, nem alegre. Ser humilde é uma bênção. Não pra mim, pra você, que por um momento achou ser humilde. E agora não é mais. Humildade vem de fora, mas não atinge. O que atinge são os tiros venenosos que uma boca pode provocar. Pode quebrar vidros, ou estilhaçar corações. O meu já não morre, já descobri. Apenas junto os caquinhos, procuro a bala que me acertou, e guardo na gaveta de lembranças. A gaveta de baixo, com uma chave pendurada, continua vazia. Chamo ela de gaveta das mágoas. O dia que abrí-la, a chave eu nunca mais encontrarei. Perdoar o que, se desse mundo não se espera a maldade, a irracionalidade. Espero sim, a intencionalidade. A infelicidade pra mim é pronome, que passa nessa longa frase sem ser percebida. Sem ilusões, sem realidades, só momentos. Me prometa não prometer mais nada, só me confunda, que assim será mais fácil, ou menos complicado. Entenda a seu modo, entenda para o SEU modo. Meus jeitos e trejeitos eu não mudo. Mas não encare isso como rotina, pois eu encaro isso como o meu "Manual de uma vida feliz".
P.S: sem dedicatória.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Argumentável!

Às vezes você sabe que as coisas têm que mudar, que vão mudar, mas você só consegue sentir - como naquela canção de Sam Cooke, "Change Is Gonna Come" -, você não sabe de maneira premeditada. Pequenas coisas prenunciam o que está vindo, mas você pode não identificá-las. Porém, então algo instantâneo acontece, e você vai para outro mundo, dá um salto rumo ao desconhecido, tem uma compreensão instintiva daquilo - você fica livre. Não precisa fazer perguntas, e já sabe quais são as respostas. Parece que, quando isso acontece, acontece rápido, como mágica, mas na verdade não é assim. Não é como se uma torrente tediosa explodisse e fosse chegado o momento - seus olhos não se abrem de súbito e de repente você está muito esperto e convicto a respeito de algo. É mais deliberado. É mais como se você estivesse trabalhando à luz do dia e um dia percebesse que está escurecendo mais cedo, que não importa onde esteja - não vai adiantar nada. É algo reflexivo. Alguém aponta para o espelho, destranca a porta - alguma coisa abre-se bruscamente, você é empurrado para dentro, e sua cabeça tem que ir para um lugar diferente.

(DYLAN, Bob. Chronicles. Volume One; pages 73-74)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Imperfeição

   Sorrateiramente ele aparece, pelos cantos escuros, vidraças espelhadas e mentes entreabertas. Pelo sonoro orgulho de um passo a frente, pela inconstância que se tem da habilidade de se descobrir. Num roteiro mal escrito, em uma direção mal executada. Seu sobrenome é plano. Sua face é repintada. O peso que carrega é o mais puro sinal de esperança. O que lhe preocupa são os seus antepassados, que vivem desajeitados e menosprezados, e que por absolutismo lhe causam decepções. A condenação lhe acontece antes mesmo do nascimento, antes mesmo de brilhar. Seu berço, tão bem embalado, o recebe com nostalgia, mas não nega a exatidão da incerteza do tempo. Nem sempre o desejam, nem sempre o preparam. A festa é questão de destino, acaso. Sem coincidências, só merecimento. O maior presente, com redundâncias, é o presente. Poesias não lhe caem tão bem. Os versos tendem a ser curtos. O enredo, intenso. Os artistas, nem sempre criativos. O otimismo, a obra sumária. Sucesso e fracasso, seus melhores companheiros. Procurá-lo é simples. Difícil é encontrar seu verdadeiro sentido, seu melhor motivo. O nome que assusta, o nome que fascina. Futuro.