quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meio Pensamento

Faz algum tempo que não organizo meus pensamentos. De repente um quarto bagunçado, com dezenas de brinquedos jogados pelo chão, com poucos livros, muitos carrinhos pra pisar até chegar na cama e pouca iluminação. E aí eu arrumo só a lâmpada pra enxergar a bagunça. Não que eu não me acostume tão facilmente aos pesadelos e insônias do dia. Às vezes é exatamente minha adaptação que me assusta. Convivo diariamente com milhares de pensamentos. A minha máquina registradora chega a dar erro no caixa quando a noite chega. Queria poder largar do mundo ou de pessoas com a facilidade que alguns egoístas conseguem. Aquela percepção de relaxar e se deixar levar. Não. Não dá. Prefiro ser chato a ser egoísta. Perceber que algo está errado quando talvez nem esteja é o diferencial pra enxergar antecipadamente  que nunca se terá nada completo em mãos. Concreto sim, completo, nunca. Não quero amarrar um tênis sem saber dar o melhor nó. Não entro pra perder. Não jogo na vida pela importância de competir. Não vim pro mundo pra isso. E aprendi que os melhores pensamentos são os que se tem depois da meia noite. Depois de uma cerveja. Depois de um choro. Sozinho. Quando eu ouço que tudo se completa de um jeito a minha vontade é de sair correndo e esperar que o completo corra atrás de mim. Me contentava com a metade, hoje não mais. E tenho pena de quem se satisfaz com a metade. E o meu completo já está guardadinho no fundo do coração, com sete chaves. E são pouquíssimas, ou apenas uma pessoa quem irá reabrir. De resto, deixo minhas desculpas pelo despreparo de minhas palavras, mas é a elas que eu recorro quando minha boca se cala.