sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

(FELIZ) ANO NOVO!

   Depois de 365 dias do ano sem nenhuma grande realização, sem nenhum ato de bondade, sem nenhum ótimo plano pra curtir a vida, sem planejar sequer os próximos 365 dias, vem você aí querer comemorar a virada de ano?
   É praticamente certo que você planejou seus 10 dias na praia, mas é certo também que todos os outros dias do ano você vai apenas deixar com que Iemanjá te leve. Se ela resolver te afogar em desilusões e dívidas, seu ano será ridiculamente arrastado. Mas a comemoração do fim, essa vai estar sempre preparada.
   Sem querer ser pessimista, mas brasileiro sorri vendo 15 minutos de fogos no céu, mas esquece de toda essa alegria no dia seguinte, quando já não está mais alcoolizado o suficiente pra perceber que o verão vai literalmente queimar muitos de seus planos nem planejados.
   Se fosse revolta eu apenas riria de tudo isso, mas é cômico o suficiente pra essa situação ser chorada. Trabalhamos muito, e aproveitamos menos que pouco. Não vou nem questionar se isso se chama capitalismo ou não, até porque também sou corrompido pelo espírito de compras, ou seja, o "espírito de Natal".
   Bom, apesar de não parecer, lhes desejo sim um ótimo nascer de Sol no ano que se espera, e que ele venha com saúde reforçada pra aguentar todas as nossas peripécias e infantilidades. Que realmente curtamos da maneira exata cada um dos 365 dias que ele nos proporcionará, para que na sobremesa do ano possamos estourar uma champagne com orgulho, olhar pra noite iluminada e agradecer pelo que nos foi dado. Com uma singularidade especial, agradeço a 2010 por tudo que me trouxe de bom, e por tudo que me levou de ruim. Vem 2011.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Banal Natal!

   Domingo estava lá eu na igreja, junto da minha família e de minha namorada. Tudo lindo, tudo enfeitado, uma meia dúzia de centena de pessoas com sacolões nas mãos, a outra meia dúzia tem carro pra guardar as muambas que compraram durante o dia inteiro, e depois vem todo mundo rezar e acreditar que o verdadeiro espírito natalino ainda não se foi. Pois bem, não vim aqui dizer que não quero nada. Quero sim. Aliás, caso aquele barbudo leia meu post, só peço que sorteie meus seis números da mega-sena. Sem caixas, sem papéis de presente maravilhosos, sem laços, nada. Só minha cartelinha premiada. Pronto.
   Pois bem, consegui refletir por poucos segundos lá, já que sou tomado por um sono incrível quando o intervalo dos cantos é demorado. Percebi que o Natal é importante demais pra que o próprio ser humano consiga entender seu significado. Se a data realmente fosse, digamos, verdadeira a todas as criaturas, meu cachorro estaria de toquinha vermelha, minhas tartarugas mais animadas do que o normal, e por aí vai. Somos nós os seres humanos, ou nem tão seres assim, ou nem tão humanos, quem criamos e principalmente fantasiamos a data. E isso reforça nosso ego, nos traz uma vez ao ano a oportunidade de sermos generosos, de podermos pensar se o fulano vai ter comida na mesa. Se o ciclano vai ganhar algum presente. Não nos damos ao luxo nem de sabermos se ele quer ganhar algum, ou se o que lhe falta é um abraço. Me diz se alguém consegue sobreviver a um Natal sem receber um 'Eu Te Amo'.
   O Natal deveria acontecer na mesma proporção das Copas do Mundo, de quatro em quatro anos. Galvão narraria as ceias, e daríamos mais valor à data. Pra mim, com vinte anos de idade, o Natal começa a se tornar banal demais. Tudo sempre igual, correrias iguais, jantares iguais. Isso se chama tradição. Tradição é o nome que se dá a algo que você considera extremamente chato, mas que não pode mudar por respeito a alguém.
   Pois bem, sendo o realista de sempre, só posso desejar um feliz e comum Natal a todos, até porque não sou nem doido de não dizer nada, é falta de educação. Só por favor, se me desejarem o mesmo, desejem do fundo do coração, porque da boca pra fora eu já ouço há muitos verões.